No táxi, do Bixiga para a Vila Mariana, em São Paulo (SP):
- Criei seis filhos, três casais. Tudo com faculdade! Pras meninas eu falava que só deixava casar se tivesse estudado. Você sabe como é difícil, né?
- É, é difícil sim.
- Mas acho que isso vem dos meus pais. Eu nasci moreninho assim, mas meus pais não são daqui não.
- E são de onde?
- Minha mãe é de Lisboa e meu pai é americano.
- Americano! Qual seu sobrenome?
- Lincoln.
- Olha só! Igual ao presidente.
- É, o nome é de gente importante, mas eu sou humilde.
- E de região dos Estados Unidos ele era?
- De Houston. Meus avós vieram pra cá naquela crise de 29, sabe?
- Certo. E eles trabalhavam com o quê?
- Ah, abriram uns negócios de restaurante, comida. Mas eles também fizeram todos os filhos estudar.
- Seu pai estudou o quê?
- Meu pai era arquiteto e minha mãe jornalista. Eu sou o caçula de 11 filhos e o único baixinho.
- Nossa, 11... Mas o senhor teve seis, o que hoje dia também é difícil.
- Cinco meus e um que Deus me deu. Deixaram uma japonesinha numa caixa de sapatos em frente de casa. A gente cuidou dela e depois entrou na fila da adoção.
- E foi fácil adotar a menina?
- Virge Maria, foi nada! Quando chegou a nossa vez, queriam dar outra no lugar. Mas a gente queria aquela, a que gente pegou amor, né?
- E vocês nunca souberam quem deixou ela na porta?
- Nunca. Deve ter sido algum coreano ou chinês, porque ela ficou compridona.
- Já tem netos?
- 11 netos e 2 bisnetos.
- Então o senhor casou muito novo!
- A mulher tinha 16 e eu 30. Esse ano a gente faz 42 anos de casados. E eu falo pra vocês: a melhor receita é o diálogo.
Fora do carro, um passageiro olhou para o outro:
- Eu tô achando é que esse motorista tem assistido muito filme de Hollywood.
(Foto: Stock.xchng)
- Criei seis filhos, três casais. Tudo com faculdade! Pras meninas eu falava que só deixava casar se tivesse estudado. Você sabe como é difícil, né?
- É, é difícil sim.
- Mas acho que isso vem dos meus pais. Eu nasci moreninho assim, mas meus pais não são daqui não.
- E são de onde?
- Minha mãe é de Lisboa e meu pai é americano.
- Americano! Qual seu sobrenome?
- Lincoln.
- Olha só! Igual ao presidente.
- É, o nome é de gente importante, mas eu sou humilde.
- E de região dos Estados Unidos ele era?
- De Houston. Meus avós vieram pra cá naquela crise de 29, sabe?
- Certo. E eles trabalhavam com o quê?
- Ah, abriram uns negócios de restaurante, comida. Mas eles também fizeram todos os filhos estudar.
- Seu pai estudou o quê?
- Meu pai era arquiteto e minha mãe jornalista. Eu sou o caçula de 11 filhos e o único baixinho.
- Nossa, 11... Mas o senhor teve seis, o que hoje dia também é difícil.
- Cinco meus e um que Deus me deu. Deixaram uma japonesinha numa caixa de sapatos em frente de casa. A gente cuidou dela e depois entrou na fila da adoção.
- E foi fácil adotar a menina?
- Virge Maria, foi nada! Quando chegou a nossa vez, queriam dar outra no lugar. Mas a gente queria aquela, a que gente pegou amor, né?
- E vocês nunca souberam quem deixou ela na porta?
- Nunca. Deve ter sido algum coreano ou chinês, porque ela ficou compridona.
- Já tem netos?
- 11 netos e 2 bisnetos.
- Então o senhor casou muito novo!
- A mulher tinha 16 e eu 30. Esse ano a gente faz 42 anos de casados. E eu falo pra vocês: a melhor receita é o diálogo.
Fora do carro, um passageiro olhou para o outro:
- Eu tô achando é que esse motorista tem assistido muito filme de Hollywood.
(Foto: Stock.xchng)
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