sexta-feira, 12 de março de 2010

Sinônimos




Era hora de aprender sobre o corpo humano na escola. A mãe então pegou um livro que mostrava figuras de várias partes do corpo, inclusive os sistemas digestivo, circulatório, nervoso, respiratório...
Aí, o menino levou o livro na escola:
- Olha aqui, pessoal! É esse pedaço do corpo que faz a gente ficar bravo!
A mãe, que estava indo embora, vira e pergunta:
- Como assim, filho?
- Aqui, mãe. Esse aqui, foi você que falou!
- Ah... O sistema nervoso!
E o moleque olha indignado com aquela cara de "dã, foi o que eu disse, é a mesma coisa, bravo e nervoso..."
Esses adultos, viu? Ô gentinha que complica...
* colaboração da amiga e restauranteur Tina

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Do tamanho certo

O menino curtia muito um dos amigos do pai.

Aí foram viajar para o exterior. Em um dos passeios, o menino pega uma pedra e diz:

- Vou levar essa pedra pro Fulanão

- Mas, filho, essa pedra é muito grande. Não é melhor você levar uma menorzinha?

- Não tem problema. O Fulanão é grande, pai!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Assinale: verdadeiro ou falso?

Era de manhã e o povo do busão de São Paulo, já lotado, demosntrava sono enquanto se equilibrava nos corredores. Uma garota liga para alguém no celular e fala num volume que até o pessoal do carro do lado ouvia:

- Fulano? E aí como foi de finde?
...
- Ah legal. Então, você não soube da Beltraninha?
...
- Beltraninha tentou me matar.

(As pessoas no ônibus nitidamente passaram a prestar atenção no papo)

- É sim. Eu fui na casa dela por que ela tinha tentado se cortar os pulsos e ela tava no quarto aí ela me agarrou assim, tentou me enforcar. Colocou as mãos no meu pescoço, menino, eu fui perdendo o ar perdendo o ar, perdendo as forças, caí no chão, e implorando pra ela 'para com isso, beltraninha, vamos conversar'. Aí quando eu já tava quase me entregando ela soltou e começou a chorar, me abraçava
...
- Pedi que ela esperasse no quarto que eu já voltava, aí chamei a tia dela, pedi para ela esconder tudo quanto quanto era faca da cozinha, já tinha ligado para ela tirar qualquer coisa do quarto também antes. E voltei no quarto aí Beltraninha tava calma, tava uma coisa, disse que não fez por mal que se odiava e que queria se matar e aí eu disse para ela assim que ela não podia, disse bem calma, sabe? assim dizendo que ela valia muito que tudo era bom e tal e ela disse que ia pegar um papel no banheiro. Aí, menino, que quando ela volta ela volta com uma tesoura que tinha nas gavetas, sei lá onde ela enfiou aquilo e começou a dizer que ia me furar e eu pedindo calma...

(nisso o ônibus todo já olhava para ela esperando o resto da história)

- ...aí disse que então ia se matar e foi aí que eu falei assim pra ela que ela não tinha o direito não de se tirar da vida, que isso era decisão dela não. Era decisão de deus e que se deus não levou ela ainda é pq ela ainda tinha coisa que fazer aqui, e de que vale a vida dela morta e que as pessoas gostavam dela. Menino, ela veio pra cima de mim com aquela faca, aí eu disse pra ela 'solta'! 'Solta em nome de Jesus, 'solta' e que ela soltou a faca, mas veio atrás de mim para me enforcar...

(ônibus estupefato...)

- ... e então que aí eu me ajoelhei nos pés dela e disse que ela não tinha esse direito e que eu num ia deixar ela sozinha, que a gente ia ficar junto e que para ela se matar tinha que me matar primeiro e que ela não ia querer fazer isso, pq não era coisa dela, minha vida era com deus e só. E que então quando ela se acalmou eu deixei ela com a tia e fui para casa, menina louca!

-...

- ah, hoje acordei toda mopida, parece que fui atropelada por um ônibus desses minhocudo, cheguei no serviço e me mandaram lá pra unidade do centro, já tô faz mais de uma hora no ônibus, desde que liguei para vc, mas não faz mal, pq quando mais tarde eu chegar, menos eu trabalho.

-...

-Depois do serviço vou pra casa, afe. Mas antes vou dar uma passadinha na Beltraninha para ver se ela está melhor.


E o ônibus todo certamente teve vontade de palpitar se ela devia voltar lá ou não, mas a moça desceu logo depois e ninguém teve tempo para isso ou para perguntar se ela tava falando sério ou contando algum programa de exorcismo que viu na TV religiosa.

(*) toda a conversa vale ser marcada com um (sic)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Banho tcheco

A mãe deu banho correndo nos dois filhos pequenos, pois precisava sair rápido.

Eles tinham acabado de jogar futebol no play do prédio e entraram no chuveiro ao mesmo tempo.

Cinco minutos depois, os dois de cabelo lavado, já de pijama, prontos para a cama, quando a visita pergunta para o mais novo, de apenas dois anos e meio:

- Agora você tá cheiroso?

- Tô!

- E tá limpinho?

- Tô. Só minha mão que não tá.

Disse isso mostrando as mãos estavam encardidas de sujeira.

Mas a mãe jurou pra visita que lavou todo o resto direitinho. No melhor estilo banho tcheco

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Quem não se comunica, não toma multa

Chacrinha diria que quem não se comunica se trumbica. Mas na Jordânia, não falar árabe pode ser uma vantagem.

No meio das estradas desertas que passam pelo deserto da Jordânia, pisar no acelerador é uma tentação. Até que o guardinha te manda parar:

- Hamale, lehame, lahame, lalala, rrrralalala, disse o guarda em um tom que parecia meio bravo
- Sorry, do you speak English? No Arab...

Um sorriso amarelo, uma respirada fundo... E o guardinha diz com as mãos:

- Vai vai, pode ir embora...

Quem disse que é sempre melhor falar o idioma local em viagens?

* foto Cíntia Marcucci / Carlos Eduardo Freitas

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Harmonia nas ruas

O trânsito no Cairo é insano. Atravessar a rua é sempre uma aventura. Gostaria muito de ver como são as aulas de auto-escola por lá.

Dentro do taxi, o turista perguntou ao motorista:
- Tem muito acidente por aqui?

- Não, sem acidentes (com aquele inglês de dar gosto)

- Puxa, que bom.

Cinco minutos depois, o próprio taxista bate o carro.

Imagem retirada de http://www.bachstei.com/cairo-taxi.html